“Vou matar”: quem é “Tiriça”, liderança do CV que ameaçou moradores
O homem impôs um “toque de recolher” aos moradores da região do Campinho e de Madureira, no Rio
atualizado
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Bruno Silva Souza, conhecido como Tiriça, é o traficante do Comando Vermelho (CV) que ameaçou moradores da região do Campinho e de Madureira, no Rio de Janeiro (RJ).
Considerado uma das lideranças do CV, Bruno é foragido da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). Contra ele, há quatro mandados de prisão em aberto.
Segundo investigações policiais, Tiriça teria ganhado destaque no CV após enfrentar e enfraquecer financeiramente grupos de milicianos que atuavam na Praça Seca.
De acordo com um relatório da Polícia Civil, Tiriça ocupa o cargo de gerente do tráfico e é responsável pela produção de artefatos explosivos utilizados pela organização criminosa. A ele teria sido confiada a chefia do tráfico de drogas na Praça Seca por ordem de Doca, o Urso, um dos líderes do CV.
Ele também é, hoje, considerado um dos chefes do tráfico na região do Complexo da Penha.
“Toque de recolher”
Em áudio divulgado nas redes sociais, o homem determinou um toque de recolher para os moradores da região. Na mensagem, o criminoso ameaça aqueles que descumprirem a regra: “Vou matar”.
No áudio, Tiriça diz: “Todos os mototáxis que são infiltrados, fechamento dos polícia (sic) aí, dos mandados(sic) que nós estamos ligados na pista. Sai da pista, não quero mototáxi nenhum funcionando. Quero todos os mototáxis fechados, ninguém trabalhando nas regiões de Campinho e Madureira.”
O traficante completa: “Quem estiver trabalhando, fazendo visão, eu vou matar, entendeu? Vocês foram lá na comunidade, esculacharam, tacaram fogo no carro de morador, entendeu? Progresso nenhum. Então, resumindo, sobra para morador, né, mano? Não vai ficar nessa com vocês, não. Ó, toque de recolher! Não quero ninguém na pista.”
Para finalizar, o criminoso fica ainda mais ameaçador. “Quem estiver na pista é envolvido. Não quero ninguém na pista, entendeu, mano? Ai, Campinho, não quero ninguém na pista. Mototáxi, não quero ninguém na pista. Fecha essa p… toda, é guerra de quadrilha. Vocês querem ficar nessa, esculachando morador, esculachando menos favorecido? Não tem papo, não, ó: pode fechar tudo, lacra tudo aí. Não quero ninguém na pista. Quem *nós pegar nós vai chutar igual cachorro na pista, hein?”
O motivo da revolta seria uma investigação da facção rival, o Terceiro Comando Puro (T), no Morro do Divino, supostamente a mando do traficante Wallace Brito Trindade, o Lacoste.
Os rivais teriam rasurado o grafite em homenagem ao líder do CV Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso. O T também teria colocado fogo em carros de moradores.