Além do Mounjaro, veja canetas aprovadas pela Anvisa para perder peso
Anvisa liberou uso do Mounjaro para obesidade e reforçou regras para prescrição de medicamentos injetáveis para perda de peso
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (9/6), o uso do Mounjaro para tratar a obesidade. O remédio, que já tinha aprovação para uso contra a diabetes tipo 2, vinha sendo amplamente utilizado de forma off-label para a perda de peso.
A caneta injetável a agora a ser indicada para pacientes com obesidade que apresentem ao menos uma comorbidade associada, como hipertensão ou colesterol alto. A aplicação recomendada é semanal e estará disponível em doses de 2,5 mg e 5 mg.
Para que servem as canetas aprovadas pela Anvisa
- O Mounjaro, que contém a tirzepatida como princípio ativo, é fabricado pela Eli Lilly. Estudos mostraram a redução de até 25% do peso corporal durante o uso, um dos maiores índices entre as terapias já aprovadas no país para esse fim.
- O Wegovy e o Ozempic têm a semaglutida como princípio ativo. Ambos são fabricados pela Novo Nordisk e têm indicação de aplicação semanal.
- O Wegovy é indicado exclusivamente para tratar a obesidade em pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 30, ou acima de 27 se houver alguma comorbidade. A aplicação leva à perda média 20% da massa total em seis meses.
- O Ozempic, deve ser usado exclusivamente no controle da diabetes tipo 2. Apesar disso, muitos pacientes o utilizam de forma off-label para perder peso, o que preocupa especialistas.
- O Victoza e o Saxenda possuem a liraglutida como princípio ativo — uma das primeiras substâncias a ativar os receptores de GLP-1. Essas são as primeiras canetas injetáveis destinadas ao tratamento da diabetes tipo 2 e devem ser usadas diariamente. Embora não tenham recomendação para emagrecimento, estudos mostram a perda de 6% do peso corporal em seis meses.
Além do Mounjaro, porém, apenas o Wegovy (semaglutida) contava com aprovação da Anvisa para perda de peso. A maioria das “canetas emagrecedoras” é, na realidade, um tipo de medicamento contra a diabetes, como ocorre com o Ozempic e o Saxenda. Nestes casos, a perda de peso, que era apenas uma das consequências do tratamento para pessoas com resistência à insulina, acabou virando o foco principal da popularidade dos remédios.
Mounjaro e as canetas anti-obesidade
O diferencial do Mounjaro e do Wegovy em relação às demais canetas está nas dosagens mais altas e na capacidade de conduzir a uma perda de peso mais expressiva e que pode ser sustentada ao longo do tempo. No caso do Mounjaro, a tirzepatida imita as ações de dois hormônios ligados ao controle do apetite e da glicemia.
A decisão da Anvisa, publicada nesta segunda-feira (9/6) no Diário Oficial da União, pode ampliar o uso da substância, mas o o ao medicamento que usa tirzepatida como princípio ativo ainda esbarra em entraves, como o custo elevado e a alta demanda global.
Mesmo com descontos, a dose mais alta, de 5 mg, não sai por menos de R$ 1,8 mil, com as quatro aplicações necessárias para um mês de tratamento.
“O futuro destes remédios no Brasil parece promissor, mas exige um equilíbrio entre inovação, o e segurança. A popularização do medicamento como auxiliar na perda de peso deve ser acompanhada de estudos rigorosos e políticas públicas que garantam seu uso responsável, além de rigorosa supervisão médica para maximizar seus benefícios e minimizar riscos”, comenta a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora clínica da Atma Soma.
Wegovy
Em estudos clínicos, a medicação conseguiu reverter a obesidade em metade dos voluntários que fizeram uso contínuo da semaglutida. O medicamento também foi capaz de reduzir o risco de eventos cardíacas graves, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), em 20% nos voluntários.
O Wegovy, com recomendação da Anvisa desde janeiro de 2023 para tratamento de obesidade, foi lançado no Brasil apenas no segundo semestre de 2024. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu nesta segunda-feira uma consulta pública para avaliar as possibilidades de inclusão deste tratamento no Sistema Único de Saúde, com distribuição gratuita no país.
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