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Ao mesmo tempo que o documentário Oceanos com David Attenborough mostra a destruição dos oceanos operada unicamente pela ação humana, a obra também traz uma perspectiva otimista sobre as possibilidades de como reverter esse processo que afeta toda a vida do planeta Terra, não só a dos mares.
O filme, já disponível no Disney+, foi gravado entre agosto de 2022 e novembro de 2024 com locações em diversas regiões do planeta: Açores, Califórnia (EUA), Indonésia, Reino Unido, Libéria, Antártida, Mar Mediterrâneo e Havaí.
O longa traz imagens impressionantes de práticas como a pesca industrial de arrasto, que varre tudo que está no fundo dos oceanos, causando a morte de vários seres vivos, boa parte das vezes sem proveito comercial.
Outros registros trazem imagens da maior colônia de albatroz do planeta, assim como de um cardume de atum de barbatana amarela, nunca filmado antes.
Um século de descobertas
O diretor Keith Scholey explicou ao Metrópoles que a grande razão para produzir o documentário é a Conferência dos Oceanos das ONU, que até o dia 13 de junho em Nice (França).
“Todo o filme foi projetado realmente para explicar por que proteger os oceanos é tão importante para todos os cidadãos da Terra. A história é muito impulsionada por isso”, diz Scholey.
O filme é narrado pelo locutor, historiador da natureza e diretor de documentários britânicos David Attenborough, de 99 anos. Ele acumula sete décadas de trabalho documentando o mundo natural.
Confira a entrevista completa com os diretores do documentário Oceanos:
A sua vida centenária coincide com a era dos grandes descobrimentos oceânicos. Também foi no último século que a ação humana promoveu uma destruição sem precedentes dos mares em todo o planeta.
“Durante a vida de David Attenborough, descobrimos tudo o que precisamos saber sobre o oceano ao mesmo tempo da sua vida. Destruímos mais do que em qualquer momento da história humana. Mas agora, quando juntamos nosso entendimento e sabemos o que fizemos de errado, temos esse momento incrível e mágico para consertá-lo, por meio da proteção”, assinala o cineasta.
Otimismo
Apesar da situação alarmante acerca da degradação dos oceanos, o documentário traz o otimismo em relação à possibilidade de reverter essa situação.
“Eu vi lugares arem de degradados para saudáveis, ricos, coloridos e imaculados em apenas alguns anos. Temos centenas de exemplos de reservas marinhas, lugares reservados, onde apenas ficamos para trás e o oceano se curou e ajudou a reabastecer o oceano ao redor”, conta Enric Sala, biólogo marinho explorador da National Geographic que participa do documentário.
“Isso não só é possível, como está realmente acontecendo agora. E, como cineasta, esse foi o maior presente”, diz Toby Nowlan, produtor e também diretor do documentário.
O cineasta destaca que foi um presente fazer o filme, por apresentar algo real e tangível para “sair dessa bagunça”.
“E me surpreendeu quando, quando comecei a fazer o filme, a simplicidade dele e como é emocionante que, se você proteger áreas do oceano, o processo de recuperação é muito diferente do que acontece em terra. Essa mesma área do oceano, quando você protege, se enche de vida muito mais rapidamente”, completa o diretor.
Veja imagens inéditas de pesca de arrasto de fundo feitas pela produção: