O que é aversão sexual e como identificar sinais de sofrimento
Sentimentos como medo, nojo e tristeza sobre sexo podem ser indicativos de aversão sexual
atualizado
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São muitos lugares, como filmes, músicas, séries e conversas entre amigos, que apontam que transar é “algo ótimo”, mas será que é para todo mundo? A aversão sexual é um termo usado para definir um desconforto sentido sobre o sexo, não só o ato em si, mas pensar, falar, assistir, ler ou ouvir algo que envolva o ato.
A psicóloga Flávia Bonani comenta que a aversão sexual já foi um tipo de transtorno descrito no manual mais importante usado pela área de saúde mental. Porém, na versão mais atualizada, ela foi incorporada por outros transtornos, relacionados ao desejo, excitação ou dor.
“Hoje, entende-se que a aversão sexual pode estar incluída em dois tipos de transtornos, um que envolve dor e tem um fundo fisiológico, e outro que não está relacionado à dor, mas sim com outros motivos que envolvem desejo e excitação”, detalha. “Apesar disso, se não houver sofrimento do paciente relacionado à aversão sexual, ela não precisa de tratamento.”
A aversão ao sexo pode se manifestar em reações de ansiedade, medo e até mesmo repulsa diante da possibilidade de uma experiência sexual.
Em geral, ela pode levar a sintomas tipicamente associados à ansiedade e à depressão, mas também pode levar a comportamentos evitativos que impactam outras áreas da vida.
Contudo, a profissional pontua que o tratamento para o quadro só se faz necessário em caso de sofrimento, quando isso representa um problema para a pessoa ou para o casal.
“Caso haja sofrimento, é importante que comecem as investigações. A aversão está relacionada a dores? Ou são questões emocionais que a produziram? O desejo e a excitação nunca existiram nessa pessoa, ou ela os perdeu com o tempo? Caso ela seja casada, como está a relação? O relacionamento pode estar sendo motivo de aversão? Esses questionamentos poderiam ser feitos em psicoterapia para que, com a resposta individual, pudessem ser criadas possibilidades para que a pessoa saísse desse sofrimento”, explica Flávia.
A psicóloga também salienta que a aversão pode não interferir em nada na vida da pessoa, como pode complicar outras áreas.
“Depende, algumas pessoas não se importam com isso e nem pensam em suas vidas sexuais, se não há sofrimento, não afeta o dia a dia. Porém, as pessoas que sentem que há algo errado e sofrem com isso podem ter prejuízos nos seus relacionamentos afetivos e isso pode sim afetar o dia a dia, produtividade, maneira de se ver e se sentir, relações interpessoais, humor, entre outros aspectos.”
Se identificada, a aversão sexual, segundo Flávia, pode ser revertida, mas é necessário que haja um tratamento psicológico para compreensão dos motivos que levaram a repulsa e para a criação de possibilidades para superá-la.