Sérgio Nogueira revela como Bolsonaro ficou após perder as eleições
Ex-ministro da Defesa, Nogueira foi interrogado por ser um dos oito réus investigados por supostamente tramarem golpe de Estado no Brasil
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O general da reserva e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira foi interrogado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que apura suposta trama golpista para anular as eleições presidenciais de 2022. O réu afirmou que, após perder o pleito em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro ficou “abatido, pesaroso, depressivo e doente”.
“O presidente, naquele período, estive com ele muitas vezes. Nos meses de novembro e dezembro, a figura mais presente desses 60 dias, em uns 20 dias eu estive vendo o presidente. O presidente, desde o início do término das eleições, ficou abatido, pesaroso, depressivo, doente, e eu me preocupei com a saúde do presidente”.
O ex-ministro da Defesa disse o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, lhe dizia que sua ida até o Planalto deixava o ex-presidente bem. Ele conversava, desabafava. Os 15 primeiros dias do presidente foram quase um velório. Depois que ele melhorou”.
Pressão sobre relatório das urnas
O general da reserva afirmou ao ministro Alexandre de Moraes que jamais foi pressionado por Bolsonaro para mostrar o relatório das Forças Armadas acerca das urnas eletrônicas.
O ex-ministro da Defesa afirmou que o objetivo do relatório não era encontrar uma possível fraude nas eleições, mas sim fiscalizar todo o processo eleitoral.
“Eu não despachei documento nenhum. Não houve reunião, não levei relatório para o presidente . O presidente jamais me pressionou. Seja para mandar o relatório somente no 2º turno, seja para alterar o relatório. O que me deixa de cabeça quente na denúncia, que alterei esse relatório”, disse o general.
O ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier, o ex-ministro Anderson Torres, o general Augusto Heleno, e ex-presidente Jair Bolsonaro, já foram interrogados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira. O interrogatório é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Agora está sendo ouvido na Primeira Turma do STF o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.